O LÚDICO NAS ORGANIZAÇÕES
por Clodoaldo Moreira sob inspiração lúdica
Este é nosso primeiro contato sobre o lúdico nas organizações que compartilharemos com você, caro leitor da Ludo Brasil. Dedicaremos esse espaço para tratar do lúdico não só como ferramenta, mas também como uma metodologia de ação e reflexão.
Não é de hoje que o cenário cada vez mais competitivo e a necessidade cada vez mais constante de desenvolvimento vêem causando constante ebulição na área de recursos humanos da maioria das corporações. Para se adaptar às novas tecnologias e metodologias de trabalho, arantir o desenvolvimento de seus colaboradores e ainda manter um bom clima organizacional, muitas empresas recorrem ao lúdico como uma maneira eficaz de disseminar entre seus colaboradores. Assim, temas como melhoria contínua, eficácia, inovação e renovação, gestão de projetos, dentre outras iniciativas, que se não forem apresentadas de formas criativas e atrativas, correm o risco de serem boicotadas no dia a dia altamente competitivo e dinâmico das empresas.
O mundo corporativo é um ambiente fértil para se plantar a cultura do lúdico? Este, que na maioria das vezes é um ambiente onde se exige apenas e tão somente: eficiência, eficácia, e atingimento de metas, e deixa passar longe a amorosidade, não extraindo das pessoas o que elas têm de melhor; sua essência, onde repousa a ternura e encantamento pelo simples, a curiosidade pelo novo em seu estado orgânico .
Através da cultura da paz, o lúdico nos convida a refletir sobre as relações humanas, aos princípios de convivência e de valorização da diversidade e do aprendizado permanente. O lúdico permite-nos também esclarecer, através do diálogo e da troca constante de experiências, conceitos como ética, valores, conflitos, poder, paz e violência, sempre na busca do entendimento entre as partes, no saber compartilhado.
Jogo de tabuleiro: ferramenta lúdica como opção de desenvolvimento do capital humano
O lúdico possibilita o experimento do desconhecido, instigando a imaginação, a criatividade nos tornando eternos aprendizes e eternamente insatisfeitos. Não seria esse o sonho das organizações? Ter dentre seus funcionários, colaboradores insatisfeitos, em busca da melhoria contínua, da perfeição e da superação de obstáculos?
Se por um lado tem-se algumas vertentes que desqualificam o lúdico, limitando-o apenas a brincadeiras para o desenvolvimento infantil, tem-se por outro lado, iniciativas de sucesso como a pós-graduação em Educação Lúdica do Instituto Superior de Educação da Faculdade Vera Cruz, que em sua terceira turma já formou mais de 100 pessoas.
Pioneirismo: I Turma de Pós-graduação em Educação Lúdica no Brasil
O avanço das redes sociais como ferramentas de comunicação infere cada vez mais na maneira como o conhecimento é disseminado. Tudo acontece de maneira rápida e instantânea e a interatividade acontece num piscar de olhos, e a todo o momento. O acesso a vídeos motivacionais, por exemplo, até bem pouco tempo atrás era privilégio apenas dos consultores de recursos humanos. Quando um determinado vídeo era apresentado em uma palestra causava um efeito surpresa que enriquecia o evento, pois prendia a atenção do público. Hoje, cada vez que um determinado vídeo é exibido em uma aula de MBA, palestra ou workshop, mais da metade dos presentes já tiveram acesso ao material em alguma outra oportunidade, e o fator surpresa deixa de existir, comprometendo o resultado do trabalho.
Diante de um cenário assim tão interativo, programas de treinamento aplicados nos moldes tradicionais estão com seus dias contados. Cada vez mais, o desenvolvimento das pessoas nas organizações se pautará na capacidade que o instrutor terá de interagir e compartilhar o conhecimento utilizando novas técnicas, onde o conhecimento possa ser transmitido e compartilhado de tal maneira que a resposta seja imediata, sem a necessidade de uma avaliação no final, pois o feedback terá que ser praticamente instantâneo. Nessa proposta, o lúdico se enquadra perfeitamente.
No entanto, a utilização do lúdico nas empresas ainda é vista com desconfiança entre gestores e até mesmo entre os próprios profissionais de recursos humanos. Essa desconfiança advém da falta de conhecimento da cultura do lúdico.
Mas como inserir o lúdico em suas ações sem cair em descrédito frente aos seus colaboradores? Como garantir a adesão de gestores a programas de treinamentos que tem o lúdico como uma ferramenta de desenvolvimento? Eis ai o grande desafio do profissional de Recursos Humanos.
Cultura Lúdica: princípios de convivência e de valorização da diversidade
O lúdico nas organizações também pode ser explorado de diversas maneiras, seja na sua comunicação corporativa interna, nas suas áreas de lazer ou em eventos internos da empresa. Porque não disponibilizar jogos de tabuleiro dentre os colaboradores no intervalo das refeições? Ou utilizar jogos de tabuleiro em datas festivas do calendário interno?
Vamos tratar desses assuntos aqui na nossa coluna, pois é um terreno fértil a ser explorado por todos aqueles que trabalham no desenvolvimento do capital humano. Este espaço está aberto para essa discussão e iremos explorá-lo da melhor maneira possível.
Clodoaldo Moreira é jornalista, profissional de Recursos Humanos e um eterno aprendiz. clodoaldo@unoeverso.com.br
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Dicas Lúdicas:
Música: Um Contra o Outro, Diolinda, Dois Celos Carimbo e Um, EMI, 62,48 reais.
Livro: Jogos Finitos e Infinitos, James P. Carse, Nova Era,224 páginas,28 reais.
Comidinha: Brigadeiro de Colher
Cinema: Escola da Vida (EUA, Canadá 2005). Dir. Willian Dear, Califórnia Home Video
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